Minha terra só tem Palmeiras!

Publicado em 25/11/12

O silvo onomatopaico do metrô antecede a voz misteriosa e sem rosto: “Próxima estação: Palmeiras - Barra Funda!” Um dos usuários a quem penso matar vocifera: “Palmeiras barra afunda, chora, Porco!” A cada domingo, a cada quarta, a cada rodada, a iminência da queda! Piadinhas ininterruptas, já usadas com o rival Corinthians e outras inéditas. O Palmeiras caiu! 


Uma década depois, o maior campeão nacional é rebaixado à segunda divisão do Campeonato Brasileiro! É triste demais, penso nas crianças zoadas nas escolas, nos clubes, nos idosos que viram Ademir da Guia e hoje veem o Márcio Araújo, o Luan... No entanto, quem ou o que caiu? A história do Palestra Itália, a savoia, a tradição? Não, caiu um emergente e, às vezes, indigente Palmeiras! 

Tornei-me palmeirense aos nove anos por influência de um cunhado, o Bertinho Monteiro, o melhor protético de Bauru, o Bertinho do Araruna! Certo dia, Bertinho polia uma dentadura, derretia cera em seu laboratório residencial na Marcondes Salgado, quadra 11... Ele me olhou com o mesmo olhar de amigo, fiquei pasmado com uma flâmula da Sociedade Esportiva Palmeiras. Perguntei-lhe sobre o pequeno pendão e ele me falou que era o Palmeiras.

Com o passar dos anos e nem tantos títulos, tornei-me fanático! Você sabe o que é ter uma escova de dentes, toalha, camisetas em geral, cuecas, rodinho, abajur, tão somente tão verdes? Nos meus aniversários, a maioria dos presentes era Palmeiras. Totalizei uma vez a soma de 22 camisas do Verdão, vi o “ Periquito “virar “ Porco “... 

Em outra ocasião, conheci na Chácara de Osvaldo Vilani um dos meu ídolos, Jorge Mendonça. Ele não acreditava que eu sabia de cor e com detalhes a maioria de seus gols com o manto verde! Hoje, ele joga no céu com Jairo Mendonça e, agora, com Dedê, zagueiro do Norusca - que perda, meu beque das pernas tortas. A única prioridade diante do Palmeiras é a minha família, essa equipe nunca cai! Palmeirense de verdade, faço-lhe um apelo: coloque o manto verde sempre, orgulhe-se de ser Palmeiras. 

Quanto aos rivais, nada o somos sem eles: “A mão que afaga é a mesma que apedreja”. “E, palmeirense, nunca esqueça: “Palmeiras não perde, é roubado! “

SINUHE DANIEL PRETO

Nenhum comentário:

Postar um comentário