Não existe esporte em Bauru!

Publicado em 01/11/12

Criolo, garoto periférico, que virou pop estratosférico, disse que “Não existe amor em SP”. Se o poeta profeta marginal, que vive às margens nem tão plácidas, habitasse esta terra do sanduíche diria: não existe esporte em Bauru! É preciso fazer esporte em Bauru, não se pode discutir somente o preço do xadrez, deve discutir-se o preço do investimento para que muitos à margem não se encaminhem para o “xadrez”! Esporte é vida, a Sem Limites há tempos ocupa posições pífias nos Jogos Abertos do Interior! Trabalho dá trabalho, que o diga Vitor Jacob e sua insistência no esporte da bola ao cesto!

Como pode uma cidade com três faculdades de Educação Física não ter projetos de esportes nas periferias ou em quaisquer centros? Quais as revelações esportivas de Bauru, com exceções em esportes elitistas? Fui outro dia ao estádio distrital do Núcleo Gasparini, abandono total, quadra sem traves, matagal por toda parte, sabe como um morador definiu o estádio? “Gasparzinho”!

As pessoas que moram lá no bairro, como a cúpula diretiva do 100% Gasparini, só querem esporte, querem ser felizes, aspiram a dias esportivos, uma quadra, um curso de basquete, de vôlei, será que não há estagiários de Educação Física nesta terra? Que benefícios os Jogos Abertos trarão para Bauru? Será mesmo a largada para uma cidade esportiva, haverá novos valores revelados, pode sonhar-se como uma pseudo São Caetano? Que projetos serão traçados? Por que verdadeiros seres do esporte como Artemio Caetano Filho, Simone Bighetti, Vítor Jacob, Eduardo Mauad, Gilmar Barros e outros que ainda vou lembrar não são convidados para formar um esquadrão, um projeto de esportes para esta sanduichesca cidade?

O esporte da cidade caminha somente com as “pernas” de empresários, não existe vôlei sem a Iesb-Preve, não existe basquete sem a agora Paschoalotto, e o futebol sem Damião Garcia sobreviverá? Tem que sobreviver, os homens passam, o Esporte Clube Noroeste fica, não se devem aceitar aventureiros, o Norusca é história e não conto de fadas! Em 2001, onde estava o Esporte Clube Noroeste e suas glórias? No Fortaleza Atlético Clube, quem foram seus redentores? Leonardo de Brito, Celso Zinly, que trouxeram Damião Garcia e seu metal precioso, houve uma revolução vermelha e branca!

O momento atual é outro, quando os shoppings, supermercados da cidade resolverão investir no Esporte Clube Noroeste, no mínimo vender ingressos a seus funcionários e clientes? Não há projetos, o marketing do Norusca não funciona, veja o caso de quem vende a marca, veja o que se tornou o irmão de data e história, o Sport Club Corinthians Paulista! Lojas por toda parte, a marca fortalecida, aí muitos dirão: “Você não quer comparar o Noroeste com o Corinthians, não é?” Com as devidas proporções, sim! É possível fortalecer a marca, Caio Coube, Vinícius Coube, Toninho Gimenez, Euclides, Wagner Jacob iniciaram isso antes do Palmeiras-Parmalat e vaticinaram à época que seria a única saída para o nosso trem vermelho!

Esta fala é de um torcedor que ama Bauru e implora, por favor, Rodrigo Agostinho, coloque no esporte quem ama esporte, cobre projetos esportivos, elabore parcerias com as faculdades de Educação Física de Bauru, chame esses cidadãos dignos que restauraram o Vitória Régia para sugerirem algém que respire, inspire e aspire a esporte! Nessa toada, seremos uma terra de ex-porte! E aí, nem Criolo poderá negar que existe esporte em Bauru!

SINUHE DANIEL PRETO

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