"O bom velhinho existe e é homeopata!"

Publicado em 28/03/10

Eu era uma vez uma criança que gostava do Vila Sésamo, do Pernalonga, do Nacional Kid, do Sílvio Santos, dos cigarrinhos de chocolate Pan, dos jacarés da Praça Rui Barbosa, dos biscoitos da Padaria e Confeitaria Cidinha, dos filmes do Tarzan do Cine Bela Vista, mas que não gostava de médicos! Raramente podia ir ao médico, não tinha dinheiro, não tinha moléstias, não carecia, mesmo sendo carente!


No entanto, vez outra, que também era uma vez, minha mãe ou minha madrinha diziam que era tempo de ir ao médico, consultas de praxe, ver se tudo estava bem!

Sempre me causou ojeriza a palavra médico, e olha que sempre gostei das proparoxítonas! Ir ao médico significava tomar banho depois do almoço, perder os desenhos da tarde, os seriados, médico é cara estranho, tem letra estranha, lembra hieróglifos, segredos que jamais serão revelados!

Além de tudo, ficar nu à frente de um homem de branco, que não conversava com a gente, dizia impropérios dicionarizados, de que filósofos desconfiariam e findava a visita, que horas a fio ficamos na sala de espera, com uma prescrição? Receita boa, somente da rapadurinha de chocolate com o chocolate do padre ou da cozinha maravilhosa da Ofélia!

Anos passaram  e deparei-me com muitos alunos que querem cursar Medicina e que não aceitam a dificuldade do vestibular, sua alta concorrência nas disputas de vagas, é diferente, requer sempre o máximo!

Continuei minha ojeriza, ou talvez inveja, pela posição social que a carreira médica traz, o título, a sabedoria, os acertos, os erros, a necessidade, são muitos pontos a pensar numa discussão sobre o ser médico! Tempos de idade e necessidade levaram-me a ter uma outra “visão” e  conhecer os doutores Utyama e Fukuo, não é que eles falam, sorriem e têm até times de futebol como torcedores, é, médico é gente e gente fina!

A gravidade da gravidez de minha esposa fez-me conhecer um médico atípico, estranhamente gente, Marcos Cabello, figurinha carimbada, mas comum nos álbuns de hospitais, ambulâncias, Samus e pronto-socorros do mundo da emergência! Marcos Cabello vive em hospital porque ele é hospitaleiro, é o médico que dá saudades, será que isso é  possível?!

Ainda de sobreaviso quanto aos médicos, que não haviam me dado “alta”, assisti sete vezes ao filme "Patch Adams - o amor é contagioso", queria sair recomendando o filme a todos os médicos, ilusão ou realidade? Uma asma brônquica ou uma bronquite asmática levou-me a um dos piores médicos que conheci, receitou-me repouso, ”bombinha”, inalação, expectativa de vida!

Foi então que conheci um dos melhores médicos e uma das melhores pessoas que conheço: Osvaldo Garcia Maldonaldo! Maldonaldo não era tão somente médico, ele era guru, gênio, doutor, mestre, senhor, cavalheiro (quando queria!), conhecedor de tudo! 

Um amigo perguntou-me se eu acreditava naquelas bolinhas de açúcar que Maldonaldo receitava e dizia ser remédio, respondi-lhe que para alguns comuns aquilo eram bolinhas de nada, todavia para raros e caros por Maldonaldo aquilo eram bolinhas de neve, de natal e que Maldonaldo é o Papai Noel e que presenteia todos os anjos-criança e anjos-marmanjo com a vida!

Quanto a mim e aos médicos, sigo rigorosamente os conselhos do bruxo Tom Zé "Ao persistirem os médicos, procure os sintomas". Aprendi a gostar de "House"  e continuo a invejar admirando os médicos! Fique com Deus, doutor "Noel" Maldonaldo! Espero-te no Natal, colocarei as meias na janela para rever-te inteiro! Obrigado, guru-amigo-médico das almas!

SINUHE DANIEL PRETO

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