Sujeito a alterações!

Publicado em 15/03/12

A aluna pergunta ao professor qual é o sujeito da frase: “É proibido estacionar” e responde antes do mestre: “Sujeito a guincho!”


Na verdade, trata-se de um sujeito oracional, a forma verbal “estacionar” é o sujeito da frase, mas a pergunta que fica na dúvida existencial e não gramatical é: somos sujeitos de nossas ações? Até quando agiremos como objetos pensando sermos sujeitos? 

Entra e sai ano e prometemos mudar nossas ações, digo isso somente agora porque dizem que o ano no Brasil começa depois do carnaval! No entanto, quando acordaremos para o hoje, para a conscientização de que devemos e podemos mudar nossas atitudes e, consequentemente, nossa cidade?

O publicitário Nizan Guanaes escreveu na Folha de São Paulo que não conseguimos mudar nossos hábitos e citou a maneira como calçamos nossas meias. Segundo o gênio da terra de Ruy Barbosa, começamos a calçar as meias sempre pelo mesmo pé e se tentarmos mudar isso não dura dois dias a alteração.

Parece fácil a mudança, mas pergunte a quem tenta parar de fumar, fazer regime ou tentar economizar? A mesmice e a aceitação parecem inclusas em nosso ser, a mulher muda o cabelo, mas não muda a cabeça, o homem muda os óculos sem mudar a visão!

Pensemos em termos desta Sem Limites, que teima em sobreviver. Por onde anda a Faculdade de Medicina? Como trafegar na avenida Rodrigues Alves? O que fazer com o Sambódromo durante o ano, que tal feiras noturnas, as chamadas feiras da lua?

Por que não colocarmos cultura em nosso terminal rodoviário? Se há tantos “agentes da multa” espalhados pela cidade, por que não agentes culturais?

E a estação ferroviária? E o prédio do Maksoud, e o Hospital de Base sem base, baseado em falcatruas?

E os estádios distritais em péssimo estado? E a água do DAE que nem batendo em pedra dura fura, aliás, somente fura os bolsos do bauruense!

Precisamos mudar nossas atitudes, seja em relação ao voto deste ano, seja em respeito ao motorista vizinho, ao mato que cresce ao nosso lado, seja na fila interminável do pão ou das promessas, seja na mania de falar mal de nossa cidade, seja no fato de não mudarmos de Bauru, mas mudarmos Bauru!

Parafraseemos Camões e sejamos um sujeito a alterações: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança. Muda, Bauru, ou cale-se muda!”

SINUHE DANIEL PRETO

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